Banco Central apresenta nota de R$ 200, que começa a circular a partir desta quarta

por: Nathalia Bignon
O Banco Central lançou na tarde desta quarta-feira (2) a nova nota de R$ 200. Ilustrada com imagem de um lobo-guará, ela começou a circular imediatamente, logo após a solenidade. Até dezembro, a previsão é que a Casa da Moeda libere 450 milhões de cédulas ao mercado.
Anunciada no fim de julho, essa será a sétima na família de notas do Real e a primeira de um novo valor em 18 anos. A última, de R$ 20, foi lançada em 2002. Um ano antes, em 2001, surgiu a nota de R$ 2 e em 2005, houve a aposentadoria da nota de R$ 1.
De acordo a autoridade monetária, os lançamentos de cédulas têm um mesmo objetivo: diminuir as transações feitas com dinheiro vivo, economizando com impressão de papel moeda. Outro motivo apontado é a necessidade de fazer frente ao pagamento do auxílio emergencial ? estimado em mais de R$ 160 bilhões considerando as cinco parcelas aprovadas.
Boa parte dos beneficiários, sobretudo os de menor renda, preferiu sacar o benefício em espécie. Apenas segundo números da Caixa Econômica Federal, mais de 20 milhões de saques foram feitos até esta quarta-feira.
Contestação de Partidos
Apesar do argumento, parlamentares do Podemos, Rede e PSB entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a entrada em circulação da nova nota, com a assinatura de uma Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
No texto, as siglas pontam que a produção e circulação da nova cédula causa grave ameaça ao combate à criminalidade ao aumentar o risco de atividades ilícitas, como corrupção e lavagem de dinheiro. O documento também cita o manifesto público contra a criação da nota, criado por dez organizações anticorrupção, dentre elas, o Instituto Não Aceito Corrupção, Transparência Partidária, Transparência Brasil e Instituto Ethos.
"No mais, parece evidente que o aumento do valor de face do papel-moeda possui, sim, relevante papel para a criminalidade. Basta pensar que o transporte de numerário por fora do sistema financeiro e dos controles estatais ficará facilitado. Afinal, se ficará mais fácil e econômica a logística operada pelo sistema financeiro formal ? um dos argumentos defendidos pelo BCB ? da mesma forma ocorrerá com as atividades ilícitas?, diz o texto.
Para os partidos, a Conselho Monetário Nacional (CMN) "falha em apontar de forma satisfatória? os motivos para a criação de um valor, ainda que use o justificativa do benefício assistencial.
Pandemia
No entanto, durante o discurso no evento desta tarde, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o lançamento é uma resposta do Banco Central a mudanças provocadas pela atual pandemia da Covid-19. Ele ressaltou que o aumento da demanda verificado desde o início da crise sanitária não foi exclusividade do Brasil.
"Em momentos de incerteza, é natural que as pessoas busquem a garantia de uma reserva em dinheiro. Os programas de transferência de renda implementados para enfrentar os efeitos negativos da crise e a extensão do programa de Auxílio Emergencial também contribuem para essa maior demanda por dinheiro em espécie em nosso país?, acrescentou.
O presidente do BC disse ainda que o pré-projeto para a nota de R$ 200 existia desde 2010. "Este momento, com essas necessidades, se mostrou oportuno para o lançamento de uma cédula de maior valor, cujo pré-projeto já existia desde o lançamento da segunda família de cédulas, em 2010?, declarou.
Itens de segurança
Na cédula de R$ 200, foram mantidos os elementos de segurança já existentes nas cédulas da segunda família do Real, já conhecidos pela população:
- o número que muda de cor, que muda do azul para o verde, com uma faixa brilhante parecendo rolar para cima e para baixo, ao se movimentar a nota;
- a marca-d?água, que apresenta o valor da nota e a imagem do animal;
- o número escondido, que aparece quando a nota é colocada na posição horizontal, na altura dos olhos;
- o alto-relevo, em diversas áreas na frente e no verso da nota.
Lobo-guará
O animal escolhido para a nova nota, o lobo-guará, foi o terceiro colocado em uma pesquisa feita pelo Banco Central em 2000. A instituição perguntou à população quais espécimes da fauna gostariam de ver representados no dinheiro brasileiro.
O primeiro lugar foi a tartaruga marinha, usada na cédula de R$ 2. O segundo, o mico leão dourado, incorporado na cédula de R$ 20.
Com informações do G1, Folha e O Globo
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